Viajar de carro de Santiago até San Pedro de Atacama é uma experiência que vai muito além de simplesmente se deslocar de um ponto a outro. É uma jornada que revela paisagens deslumbrantes , cidades interessantes e a imensidão do deserto chileno , criando memórias inesquecíveis.
Saindo de Santiago: O Início da Jornada e a Surpresa dos Pedágios
Chegamos ao Chile no início de novembro , em plena primavera. No Aeroporto de Santiago , alugar um carro foi relativamente fácil, e em pouco tempo já estávamos prontos para partir.
Pegamos a Autopista Central em direção ao centro da cidade , mas logo surgiram bipes repetitivos que nos deixaram preocupados. A cada cinco minutos, o carro fazia um som de “pi-pi”, e começamos a achar que havia algum defeito.
Paramos no estacionamento de um shopping para comprar comida para a viagem e tentamos entender o que estava acontecendo. Estávamos quase voltando para reclamar no aeroporto quando descobrimos que a vinha do sistema de pedágio eletrônico . Cada “pi-pi” marcava uma cobrança automática, e percebemos que Santiago é repleta de pedágios . Essa surpresa foi apenas o começo, pois os pedágios seriam nossos companheiros durante toda a viagem.
✅ Dica Prática: Pesquise o valor dos pedágios na época de sua viagem, coloque isto no orçamento e leve dinheiro vivo, pois você está indo para uma área desértica.
Apesar da quantidade de cobranças, as estradas no Chile são um verdadeiro tapete , com asfalto impecável e ótima sinalização, o que torna a viagem segura e confortável.
Primeira Parada: Valparaíso e Viña del Mar
Nossa primeira parada foi em Valparaíso e Viña del Mar , duas cidades costeiras cheias de charme. Em Valparaíso , percorremos a parte alta da cidade com ruas coloridas e cheias de arte urbana , sentindo a vibração cultural da cidade. Cada vez esquina revelava um novo desenho e vistas incríveis do Pacífico.
Um detalhe que nos chocou foi a quantidade de placas alertando sobre tsunamis na beira-mar. Essas sinalizações são um lembrete constante do poder imprevisível do oceano Pacífico e fomos sentindo este poder em toda a parte costeira da viagem.



Em Viña del Mar , visitamos o Museu Arqueológico Fonck , que exibe um Moai da Ilha de Páscoa logo na entrada. Foi impressionante ver de perto essa peça histórica tão misteriosa. E para finalizar o dia, fomos para orla e contemplar o famoso pôr do sol de Viña del Mar , uma cena inesquecível com o céu tingido de laranja.


Seguindo Viagem: La Serena e Muelle de San Agustin
Deixando Viña del Mar para trás, pegamos a estrada em direção a La Serena , uma cidade costeira que mistura praias tranquilas e arquitetura colonial . Fizemos uma parada no Muelle de San Agustín, em Punta de Choros , onde pudemos admirar o Pacífico em todo o seu esplendor . O azul do mar contrastando com as rochas esculpidas pelo vento é uma visão que fica gravada na memória.
Continuamos nossa jornada, agora atravessando o Deserto do Atacama , costeando a Quebrada Chañaral , uma montanha imponente que surge em meio ao ambiente árido. Apesar do clima seco e quase inóspito, a beleza do deserto é indescritível. O céu maravilhosamente azul forma um contraste perfeito com o amarelo dourado da terra , criando um cenário que parece saído de um quadro.



Noite Misteriosa entre Bahia Inglesa e Caldera
Decidimos passar a noite em uma pequena cidade entre Bahia Inglesa e Caldera , um lugar tão isolado que parecia cenário de um filme de suspense . Havia um farol sozinho iluminando a costa, e um silêncio quase assustador pairava no ar. Não havia quase ninguém nas ruas, apenas o som distante das ondas quebrando nas rochas.
A sensação de solidão foi intensa, como se o tempo tivesse parado naquele lugar. Foi um momento de introspecção, uma pausa na aventura para refletir sobre a vastidão do deserto chileno. Provavelmente é uma região de veraneio, por isto vimos poucas pessoas nas ruas.


Parque Pan de Açúcar: Imensidão e Liberdade
Na manhã seguinte, pegamos a estrada em direção ao Parque Nacional Pan de Azúcar , uma região única que fica entre o Deserto do Atacama e o Oceano Pacífico . A imensidão do deserto ao lado do oceano infinito cria uma sensação de isolamento e liberdade ao mesmo tempo. O contraste entre a areia dourada e o azul profundo do mar é hipnotizante.



Taltal: Charme Inglês e História Portuária
Seguimos pela estrada até Taltal , uma cidade que nos surpreendeu pela organização e um clima nostálgico com toques de arquitetura inglesa . As ruas limpas e bem cuidadas, com casas de estilo vitoriano, remetem ao passado agitado da cidade, que foi um porto importante no século passado devido à exploração de salitre.
A cidade parece viver em um ritmo diferente, é um lugar bem interessante, mas tivemos que seguir viagem.



Tentativa Frustrada no Observatório Paranal
Nos aventuramos rumo ao Observatório Cerro Paranal , um dos maiores centros de astrofísica do mundo , conhecido por seus telescópios gigantescos . Após uma longa jornada por uma estrada deserta, finalmente avistamos o complexo no alto da montanha. No entanto, ao chegarmos lá, descobrimos que o observatório abre apenas duas vezes por mês e é necessário agendar com antecedência .
Embora não tenhamos conseguido visitar o interior, fomos presenteados com um lindo pôr do sol. O céu começou a se encher de estrelas , e o silêncio absoluto do deserto criou uma atmosfera mágica. Foi um dos momentos mais marcantes da viagem , lembrando-nos da nossa pequenez diante da vastidão do universo .
✅ Dica Prática: Pesquise e reserve sua visita ao Observatório Paranal com antecedência, pois as vagas são limitadas e costumam esgotar rapidamente, especialmente na alta temporada


Antofagasta: História e Ciência no Deserto
Chegamos a Antofagasta ao anoitecer, e no dia seguinte visitamos a Portada , um arco natural de pedra esculpido pelas ondas do Pacífico. A vista é linda, com o mar batendo nas rochas em uma paisagem que parece ter saído de um filme.
Fomos então ao Museu Ruinas de Huanchaca , um local histórico que preserva as ruínas de uma antiga fábrica de prata . No museu, vimos uma réplica do carrinho robô da NASA , que foi enviado para Marte , mas antes ele “treinou” no Deserto do Atacama devido à similaridade do terreno. Foi interessante descobrir que o Atacama contribuiu para a exploração espacial .



Rodovia Panamericana: O Geoglifo Sueño y Esperanza
Retomando a viagem pela Rodovia Panamericana , fomos surpreendidos por um enorme geoglifo na encosta de uma montanha. A obra, chamada “Sueño y Esperanza” , foi criada em 1993 e o geoglifo é tão grande que pode ser visto de longe, criando um contraste impressionante com o vazio do deserto . Paramos para admirar essa obra de arte ao ar livre , sentindo a energia do lugar .
Chacabuco: A Cidade Fantasma e o Passado Sombrio
Nosso objetivo naquela manhã era chegar a Chacabuco , uma cidade fantasma construída nos anos 1920 para abrigar trabalhadores das indústrias de salitre . Com o declínio da produção, a cidade foi abandonada , mas sua história não terminou aí.
Na década de 1970, Chacabuco foi usado como campo de concentração durante a ditadura de Pinochet , aprisionando opositores políticos em condições desumanas.
Caminhar pelas ruas desertas e ver as casas abandonadas foi uma experiência triste e melancólica . A sensação de desolação é palpável, o silêncio opressor ecoa o passado sombrio do lugar. Foi impossível não sentir um peso emocional ao andar pelo local.



Mirador Likan Antay: O Pôr do Sol no Vale da Lua
Finalmente chegamos em San Pedro de Atacama ao pôr do sol. Dirigimos direto para o Mirador Likan Antay , um ponto de observação que oferece uma vista panorâmica do Vale da Lua . O sol refletido nas formações rochosas, fizeram desse momento o fechamento perfeito para a jornada .
Foi como assistir a um show da natureza , sentimos novamente a grandiosidade do Atacama.

Mano del Desierto: Despedida em Grande Estilo
Ficamos muitos dias no Deserto do Atacama, mas isto é o assunto de outro post…
Mas na volta para Santiago, fomos conhecer o Mano del Desierto , uma escultura surreal no meio do deserto, criada pelo artista Mario Irarrázabal . A mão gigante surgiu do chão árido, como se estivesse tentando escapar das profundezas da terra.
Enfrentamos uma mini tempestade de areia para chegar até lá, e eu só pensei se o carro alugado tinha seguro para ataque de areia … rsrs. Apesar do vento forte, a Mano del Desierto é um cenário impressionante e perfeito para fotos impactantes. É uma de minhas lembranças mais divertidas do Atacama.

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